A BÁRBARIE DA FALTA DE EDUCAÇÃO - Ensaio
Esse texto pode soar meio moralista e careta para alguns, mas já faz tempo que queria falar sobre o principal motivo, de porque eu, que no auge de minha devoção pela tela grande via cinco filmes por semana e que assisti centenas de filmes duas, quatro, seis vezes no cinema (se Spielberg está na lista da Forbes, isso se deve graças ao meu dinheirinho), hoje, só vou ao cinema uma vez por mês.
Mas gostaria de dar um exemplo extremo antes de continuar.
Abaixo, uma notícia que peguei do excelente site Omelete.
Homem atira em outro que conversava no cinema
Por Érico Borgo
Disparo aconteceu durante sessão de O Curioso Caso de Benjamin Button
28/12/2008
Em um cinema na Filadélfia no dia de Natal, durante uma exibição de O Curioso Caso de Benjamin Button, um homem levou um tiro no braço por conversar durante o filme.
James Joseph Cialella Jr, de 29 anos, foi ao famigerado Riverview Theatre, considerado um dos cinemas mais "barra pesada" dos Estados Unidos, onde tentava assistir ao filme quando uma família começou a conversar durante a projeção. Cialella pediu que parassem. Sem sucesso, jogou pipoca neles. Foi só quando ele puxou sua Kel-Tec calibre .38 e alvejou o pai no braço esquerdo que teve sossego.
Com o disparo, o cinema ficou vazio em segundos. O atirador, porém, voltou ao seu lugar e sentou-se, para terminar de ver o filme. Mas não ficou muito tempo... a polícia logo chegou e o prendeu.
Cialella, que não sabe como termina Benjamin Button, está sendo acusado de tentativa de homicídio, entre outros crimes. A vítima está hospitalizada mas passa bem.
O Curioso Caso de Benjamin Button estréia em 16 de janeiro no Brasil - e cuidado com a falação no cinema... nunca se sabe quem pode estar atrás de você.
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Bom, temos aí um caso de falta de respeito “normal” que levou a uma total falta de respeito pela vida humana. E não é a primeira nem a última vez que isso acontece. Mas geralmente é assim que acontece a maioria dos casos de violência gratuita na nossa sociedade: alguém faz uma piadinha, um deboche, desrespeita pessoas que não conhece porque se acha “mais eu”, não se importa em perturbar os outros e quando você vê, está assistindo na TV, sem acreditar, que gente matou e morreu por causa de um discussão no trânsito, na escola, na balada e até no cinema.
Quando eu vou no cinema, eu evito fazer barulho com meus docinhos e abro as embalagens antes do filme começar pra não fazer barulho; eu desligo o meu celular e não deixo nem no silencioso porque eu quero prestar atenção de verdade no filme sem ser importunado; se quero comentar algo com minha esposa ou amigo, chego mais perto e sussurro a minha observação, sem estender o papo; e eu até levo o meu lixo pra lixeira quando acaba a sessão. E em casa eu faço quase tudo isso, mas na sua casa cada um faz o que quiser.
E porque eu sigo todas essas regras? Porque eu tive o trabalho de sair de casa, comprar um doce pra comer e pagar pra ver (e escutar) um filme. Por isso, eu fico bem quietinho na minha cadeira, presumindo que as outras pessoas também tiveram o trabalho de sair de casa, comprar suas guloseimas e pagaram pra assistir o filme e que querem realmente vê-lo.
Infelizmente muitas pessoas que vão ao cinema não pensam assim. Bom, eu sempre soube que a maioria das pessoas só vai ao cinema pra se distrair e passar o tempo e não estou cobrando delas que saibam apreciar uma boa direção, interpretação ou direção de arte. Mas educação e respeito com os desconhecidos é uma das poucas características que diferencia uma civilização das antigas tribos bárbaras, onde só se respeitava o grito mais alto, o braço ou a espada mais forte.
Se as atitudes bárbaras que citei são familiares é porque muita gente acredita que boa-educação ou respeito aos outros não é para eles e quando vão ao cinema, conversam ou conferem bobagens no celular; falam com as pessoas ao redor como se estivessem vendo novela em casa; levam lanche fedorento do MacDonald’s pra comer no cinema e até curtem ficar chutando a cadeira da frente como se isso não incomodasse o vizinho da frente.
E se você acha que estou falando de adolescentes, se engana. É claro que os adolescentes costumam fazer mais barulho e bagunça no cinema do que os outros, mas já me incomodei com todas as faixas etárias possíveis no cinema e chega a ser vergonhoso pra alguém da minha idade ter que berrar num cinema com menos de 30 pessoas pra um velho de 60 anos parar de conversar na porcaria do celular. Claro que eu totalmente perdôo se vou num desenho animado e tem crianças pequenas berrando e fazendo comentários. Elas ainda estão aprendendo e eu sei onde estou me metendo. Ou num filme feito exclusivamente feito para adolescentes berrarem, gritarem ou chorarem histéricas. Mas o ruim é entrar num filme para adultos e não saber se lá dentro vai ter um bando de gente retardada ou não.
Sim, eu faço parte daquela minoria de gente “chata” (e eu já era chato quando adolescente) que diz “SSHHH!” e que pede pras pessoas ficarem quietas no cinema e volta e meia tem que chamar os despreparados funcionários do cinema pra ver se eles conseguem fazer as pessoas calarem a boca e respeitarem os outros.
Até meados dos anos 80 existia a figura do “Lanterninha”, que além de ajudar as pessoas a encontram seus lugares com a ajuda de uma lanterna, apontava ela no rosto de pessoas que estavam incomodado a sessão e em casos extremos, mandava elas embora do cinema. Hoje em dia, apesar dos cinemas de shoppings terem diversos funcionários, eles estão pouco ligando pro jardim de infância que se tornaram algumas sessões de cinema. Estou pensando em fazer um abaixo assinado pela volta das lanterninhas. Talvez armados com tasers... Ah, não seria o máximo ver um chato de cinema estrebuchando na cadeira depois de ter levado um choque?!
Esses tempos um amigo me contou que fez “SSSHH!” pra alguém no cinema e o cara que estava na frente com a namorada perguntou se era com ele e meu amigo respondeu que se ele estava falando alto, era com ele também e o cara respondeu que ia pegar ele na saída. Por sorte o cara só queria se exibir pra namorada, mas se estivesse falando sério, esse seria mais um episódio de desrespeito que acabaria em violência estúpida e gratuita.
Seria ingenuidade e burrice minha dizer que a falta de educação é um problema moderno, ela sempre existiu e sempre existirá, mas se ela aumenta a ponto de pessoas brigarem ou atirarem umas nas outras dentro do cinema, na balada e na escola, lugares onde as pessoas vão para se divertir e se educar, a culpa é de todos nós: velhos, adultos e adolescentes, que queremos que os outros nos respeitem mas não fazemos a menor questão de respeitar os outros.
E para não dar uma de defensor infálivel da moral e dos bons costumes, é claro que já fui mandado ficar quieto em algumas sessões na minha adolescência, mas eu sempre entendia que era eu que estava errado e ficava quieto.
Não seja mais um(a) mané na sociedade. Respeite os outros para ser respeitado.
Paz!
No final diz:
NÃO SEJA UMA INCOMODAÇÃO GALÁCTICA
Desligue seu celular.
Evite comer e beber.
Não converse durante a sessão.
Comentários
Se todos cooperassem, teríamos seções tranquilas e felizes, mas parece que existe uma legião dos sem educação contra a seção de cinema perfeita.
É, meu pai já me contou dos lanterninhas. Ia ser mais eficaz se ele tivesse uma arma na cintura... x_x
Beijos
mas eu adoooro falar SHIIIIIIIIIIU. hahaha
só que tambem adoro entender o filme, que é o que se espera depois de pagar um absurdo pela entrada.
Bj ;D
beijos!
O.B.S :
"cessao" é com S e til no A! = Sessão!
lol!
Beijos, otimo post, e tem novo no meu.
apesar de sua resposta ter sido meio técnica valeu assim mesmo
ja qe todo mundo pago igual, todos deveriam ver o filme em santaa PAZ.
Bjos
Pelo menos não atirei em ninguém no onibus né?
Beijo. e sim, paz.
E é obvio que eu sei que riqueza e pobreza nada tem a ver com isso.
Quero deixar claro que não sou preconceituosa. :/ Pelo contrário, alguns de meus melhores amigos moram em favelas e são pessoas muito boas. E eu estava dizendo mais da favela que tem pertinho da minha casa, nao estava generalizando..
mas sei lá. acho que não preciso ficar justificando todo meu post né. cada um tem seu ponto de vista, mas para tu nao achar que eu sou preconceituosa ou sei la, resolvi esclarecer. (:
Beijos.
Sempre q puder vou passar no seu blog. Já está na minha lista dos lidos.
Se puder depois passa email, orkut,msn, etc...
Vlw!!!!!!!!
Bjs Jerri, passa lá no meu blog depois! :*
Essa notícia que você publicou do homem que atirou no braço de outro pelo barulho me assustou. Não basta termos que olhar para os dois lados ao andar na rua, ainda temos que ficar imaginando se cutucar o cara da frente para ficar quieto pode ser sentença de morte.
Texto ótimo.
Ah, outro dia até sonhei que você tinha comentado no meu blog. Isso deve ser obssessão. Cansei de pedir pra você passar lá e também lembro que uma vez você disse que fazia questão de responder todos os comentários, e geralmente passava o dia respondendo comentários de até 4 meses atrás.
Sou paciente, e vou continuar sonhando com o dia em que você passará no meu blog.
Beijos e amei a postagem :**
eu odeio as pessoas que conversam no cinema, se é pra conversar que seja em outro lugar!caramba! o maximo que eu ja fiz foi jogar meu pacote de pipoca num menino que falava ao telefone e todo mundo e agradeçeu por isso! E olha como a vida é engraçada, acabei ficando com esse mesmo menino um tempo depois...
bj jerri
Estou te seguindo e se quiseres me seguir, ficarei honrada.Dia 19/07 o blog AMIGA DA MODA estará estará comemorando sua 100º postagem.Venha apanhar um brinde, com assinatura de um design.Sua presença é muito importante para nós.
Obrigada
porque com essa loucura de gripe suina e tal aqui no brasil
ele nao quer deixar que eu fique eu uma sala fechada por mais ou menos 2 horas, cheia de gente desconhecida.
bom, ele ate tem razao.
e eu fiquei chocada em uma pessoa levar um tiro no cinema
esse é o problema de lugares publicos.
voce nunca sabe que tipo de pessoa vai la ne?
se tiver tempo passa no meu blog?
beijos,