A VIAGEM (Cloud Atlas, EUA, 2012) - resenha

Doona Bae faz interpreta seis personagens e protagoniza o segmento de Ficção Científica mais hardcore do filme.


Um épico dito impossível de filmar pelos críticos literários foi levado às telas no ano passado por Tom Tikwer e Lana e Andy Wachowski. Os irmãos Wachowski são conhecidos por sua estética baseada em efeitos especiais de ponta e por sua contestação às autoridades como na trilogia MATRIX e V DE VINGANÇA. Tikwer é um cineasta moderno tanto no sentido estético (CORRA LOLA, CORRA) quanto no questionamento das relações humanas (TRIÂNGULO AMOROSO).

Os três juntos dividiram a tarefa de contar a história de vários seres humanos em diferentes encarnações ao longo de seis séculos. Até aí nada demais, não fossem as histórias entrelaçadas entre si, cada qual editada linearmente, mas de forma não-linear como um todo, jogando o espectador a todo o momento em qualquer lugar entre 1849 e 2321. Junte a isso a destemida decisão de fazer com que todos os atores atuassem em todos os segmentos interpretando papéis mais jovens, mais velhos ou mesmo de outra etnia. No teatro isso é completamente normal, mas no cinema enfrenta grande rejeição porque supostamente quebra o efeito de “realidade” do filme. Ora, se quebra é ou porque o diretor é ruim ou o espectador prefere se concentrar mais na técnica do que na história que está sendo contada. Bem, os diretores estão longe de serem ruins...

Particularmente eu preferi me concentrar na história e emocionei-me com grande parte dela, já que nem todas as histórias tem o mesmo impacto intelectual ou emocional, e aplaudo novamente a coragem dos irmãos Wachowski em produzir Ficção Científica de alto nível para adultos.    




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