A FERA (Beast, EUA, 2022) - Crítica

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Quando  o diretor nos faz de bestas

Sinopse

Um pai e suas duas filhas adolescentes entram no território de um leão enraivecido cuja caça preferida são humanos.

O diretor

Baltasar Kormákur é natural da Islândia e depois de alguns filmes bem sucedidos em seus país de origem, conseguiu migrar para os EUA, onde já fez diversos filmes, sendo o mais interessante até o momento o divertido filme de ação Dose Dupla (2013), com Denzel Washington e Mark Wallberg. Um filme baseado em uma graphic novel americana ilustrada por Mateus Santolouco, desenhista brasileiro. Na primeira década do século foi cotado pela revista Variety como um dos 10 novos diretores para se acompanhar a carreira, junto com Christopher Nolan e Alejandro González Inarritu.  Aparentemente, algo não deu muito certo de lá para cá. 


O diretor Baltasar Kormakúr tenta convencer Idris Elba a passar verdade na cena, não importa o quão ruim ou inverossímil ela seja. 

O filme

Em 1996, o meramente competente Stephen Hopkins (Predador 2) teve a sorte de dirigir A Sombra e a Escuridão (The Ghost and the Darkness), um roteiro do talentoso e premiado roteirista William Goldman (Butch Cassidy e Sundance Kid, Todos os Homens do Presidente, A Princesa Prometida) e realizou até então, o melhor filme de aventura sobre ataques de leões até então. Depois disso, muitos tentaram reproduzir o clima de tensão e bons personagens em um jogo de caça e caçador nas savanas e selvas africanas. No geral, a maioria foi muito mal sucedida.


Quer um filme realmetne bom e tenso com feras selvagens? Confira Michael Douglas no surpreendente A Sombra e a Escuridão. 

E em 2022, um diretor mais criativo que Hopkins, Kormákur, lança o filme A Fera, com roteiro do pouco talentoso roteirista Ryan Engle, que tem no ápice de seu currículo dois filmes de ação genéricos com Liam Neeson e Rampage, aquela aventura infanto-juvenil de um gorila gigante com Dwayne Johnson. Bem, a história veio da produtora Jaime Primak Sullivan, então fico na suspeita que ela contratou Engle por conta de um filme mais ou menos que ambos fizeram em 2018, Invasão (Breaking In). Com esses três criativos não havia muito o que esperar, mas ei, quem não gostaria de ver Idris Elba tentando sobreviver a ataques de um leão nas savanas?


Idris Elba apavorado com o roteiro ruim. Mais alguns ataques ferozes de roteiristas ruins como esse e isso pode acabar com a carreira dele.


Eu fui uma dessas pessoas que foi ver o filme com esperança de ficar tenso na cadeira e torcer para o protagonista vencer a s adversidades e tudo o mais. Infelizmente, já na primeira cena do filme, dois homens estão a 2 metros de distância um do outro conversando no meio do mato e de repente um deles desaparece sem um som sequer, nem mesmo um farfalhar de capim alto. Mais sobrenatural do que isso, só se fosse abdução alienígena. Depois disso, é uma sucessão de diálogos ruins e desnecessários, cenas bobas e absurdas onde a maioria dos espectadores vai se perguntar como é possível esses personagens tomarem tantas decisões burras. Acabei por relaxar e rir de várias das cenas supostamente tensas e lá pelo terceiro ato torcia para o leão matar todos de uma vez para que o filme acabasse logo. 


A personagem de Leah Jeffries passa por maus bocados com as decisões equivocadas do pai.


Mas para não ficar só falando mal, o diretor dá uma pista malandra de como será o final colocando uma das personagens usando uma regata do Jurassic Park. O final é uma porcaria de qualquer forma, mas fica como referência engraçadinha. E também tem os ótimos leões em CGI, que convencem muito bem na maioria das cenas. Se a censura permitir, pode até ser uma boa aventura para crianças entre 8 e 12 anos que ainda não se importem muito com lógica e coerência enquanto se enchem de pipoca e refrigerante.


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