ZUMBILÂNDIA: ATIRE DUAS VEZES (Zombieland: Double Tap, EUA, 2019) - Crítica
A sequência que ninguém esperava mas fizeram mesmo assim
Eu fui verificar e nem o diretor Ruben Fleischer (Venom) ou os roteiristas Dave Callaham (Mulher Maravilha:1984) e Ruben Fleischer (Deadpool 2) estão no que pode se chamar de má fase profissional e precisando desesperadamente de um pequeno sucesso. E nem mesmo o quarteto principal de atores, todos ou ganhadores ou indicados ao Oscar. A única resposta que resta é que eles queriam se divertir e ganhar uma grana em cima disso.
Créditos inciais mostram como os nossos heróis, 10 anos depois, já estão bastante tranquilo na hora do confronto.
E até que o filme funciona em alguns momentos, pois já na abertura tem cenas engraçadinhas com os zumbis, que raramente são uma ameaça de fato (você vê mais gente desesperada na vida real fugindo de uma barata voadora) e no geral, são tratados como aquelas moscas chatas que insistem em circular a sua volta (confesso que tem dias que não tomo banho).
O filme começa com nossos destemidos heróis decidindo ir morar na Casa Branca por razão alguma e aí os roteiristas perdem a chance de fazer uma boa piada política de zumbi, pois como o apocalipse zumbi rolou em 2009, eles poderiam encontrar o zumbi de Trump circulando lá dentro, trucidar com ele e depois se perguntar, confusos, o que diabos ele estaria fazendo na Casa Branca.
A belíssima Rosario Dawson (Demolidor e Luke Cage) se junta a trupe na divertida missão de estripar zumbis.
Mas depois de instalados, um racha acontece e Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin) vão embora e Tallahassee (Woody Harrelson) e Columbus (Jesse Einsenberg) ficam no controle da Casa Branca, passeando pelos arredores de Washington até que encontram uma perfeita loira burra, Madison (Zoey Deutch) vivendo em um shopping. Apesar de Deutch ser ótima no papel e algumas das suas falas até serem bem-humoradas, forçar a barra com esse clichê em 2019 é muito anos 80. A dupla de garotas também encontra com um riponga meio burrinho, mas em seguida a fuga de Little Rock com o riponga pacifista reúne os remanescentes e eles vão atrás deles antes que eles sejam devorados por zumbis. E até lá eles vão se meter em diversas trapalhadas e confusões, como numa boa Sessão da Tarde.
A equipe e o elenco parecem se divertir tanto quanto a maior parte da plateia na sessão em que estive e apesar das piadas com zumbis variarem em torno da forma criativa e sádica de matá-los e algumas cenas cômicas serem estendidas demais até quase perderem a graça (como quando Tallhassee e Columbus encontram seus reflexos em carne e osso), o filme certamente vai ter um bom público e deve ficar novamente entre as 50 ou 60 maiores bilheterias do ano.
Ah, fique para os créditos finais.
Todos os créditos finais. ;-)
E vamos aguardar pela terceira parte em 2029. Se não acontecer um Apocalipse Zumbi, claro.
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