FLASH - Série


FLASH - A PRIMEIRA TEMPORADA - CRÍTICA

CONTÉM SPOILERS.

Flash

Criado na chamada Era de  Ouro dos Quadrinhos,  em 1940, Flash era um super-velocista conhecido como Jay Garrick e após o cancelamento de sua revista, a DC Comics o ressuscitou em 1959, na Era de Prata, com uma nova identidade e uniforme. A reciclagem funcionou tão bem que esse é o Flash que perdura até hoje em praticamente todas as versões televisivas e cinematográficas. O Flash original acabou sendo reutilizado em uma Terra paralela e tem participação frequente nas revistas  que contam aventuras da Terra-2.


O Flash dos quadrinhos sempre foi um adulto de 30 anos.
Por motivos de público-alvo e possível longevidade da série, os produtores preferem começar com os personagens numa faixa etária de 25 anos ou menos.
Arte de Alex Ross.

Sinopse

Barry Allen é um jovem cientista forense que após ser vítima de um acidente quântico com um acelerador de partículas, torna-se um meta-humano capaz de atingir velocidades incríveis.

A série

O que a DC Comics não conseguiu fazer ainda com seu universo cinematográfico, conseguiu realizar na TV.  Após duas bem sucedidas temporadas de Arqueiro (Arrow), uma das melhores opções de heróis urbanos sem super-poderes na impossibilidade de uma série de Batman, Arqueiro utiliza vários dos inimigos, roteiros e até diálogos dos quadrinhos e filmes do Cavaleiro das Trevas. Apesar do excessivo tom dramático  para uma série adolescente, o que a torna caricata, já na segunda temporada de Arqueiro, são introduzidos três personagens de Flash: Caitlin Snow (Danielle Panabaker ), uma jovem e linda bioengenheira genética; Cisco Ramon ( Carlos Valdes ), um jovem cientista pau pra toda obra que está ali representando todos os nerds e para servir de alívio cômico na maior parte dos episódios; e o próprio Flash (Grant Gustin), mas ainda apenas como Barry Allen, pois os episódios em que ele aparece são antes do acidente, que só ocorrerá no primeiro episódio de Flash.


Flash e Arqueiro (Stephen Amell).
Cross-overs e team ups entre as séries e os heróis são o que torna as séries da DC ainda mais divertidas.
Além dos heróis-títulos, diversos outros personagens superpoderosos como Eléktron, Nuclear, Gavião Negro e Mulher-Gavião vão sendo introduzidos no chamado Arrowverso (Universo televisivo de Arrow).


Ao contrário de Arqueiro, que por ser caricato demais em sua seriedade, falha em tornar o drama mais humano, Flash é uma série mais luminosa, leve e engraçada e justamente por não se levar a sério demais como Arqueiro, consegue ser mais convincente quando os desafios humanos e meta-humanos precisam ser enfrentados. E  assim o personagem consegue engajar o espectador em sua aventura de lidar com seus dramas e tragédias pessoais de tal forma que arrisco dizer encontra paralelo em outro grande personagem dos quadrinhos: Peter Parker/Homem-Aranha.

Em parte isso se deve em grande parte ao carismático ator Grant Gustin, que dá ao seu Barry Allen/Flash uma grande dose de simpatia e vulnerabilidade com a qual o espectador pode se identificar, junto com a vontade de transcender seus limites e medos pelos que ama. A sequência em que viaja no tempo para tentar salvar sua mãe é verdadeiramente comovente.

A crítica e profissionais também tem se rendido a série, que já recebeu diversos prêmios pela performance de Grant Gustin e seus efeitos especiais bem acima da média para produções do gênero. 

E alguém já disse que um herói só é bom se o vilão for melhor ainda e o que Arqueiro (até a quarta temporada) e Supergirl (na primeira temporada) falharam em entregar, Flash entrega logo nos primeiros episódios o Dr. Harrison Welles (vulgo Eobard Thawne, vulgo Flash Reverso). Em um outro grande acerto de escalação de atores, Tom Cavanagh consegue construir um vilão ainda mais interessante e ambíguo do que o Lex Luthor de Michael Rosenbaum em Smallville. Colocando-se tanto como mentor, amigo e algoz de Flash e seus colegas, o espectador nunca sabe exatamente quais são os planos do vilão e a tensão cresce a cada episódio sobre o que ele fará em seguida. O que é o mínimo que toda série de super-heróis deve fazer com o espectador: garantir ganchos interessantes e excitantes para que ninguém queira perder o próximo episódio.  E Flash consegue isso quase sempre.

Mas além do arco central da série, que é Barry libertar seu pai da prisão, resolver o mistério da morte de sua mãe quando criança e enfrentar Harrison Wells/Flash Reverso, a série mantém a mesma estrutura dos quadrinhos e seriados de super-heróis: a cada revista/episódio, um super-vilão diferente.  Aí reside o ponto fraco de Flash. Por ele ser um super-herói poderoso demais, mesmo limitado a velocidades supersônicas, a maioria dos vilões que ele enfrenta poderiam ser fácil e rapidamente derrotados. Especialmente vilões armados como Capitão Frio, um vilão com uma personalidade interessante, mas cuja ameaça direta vem apenas de uma arma congelante que Flash poderia tirar de sua mão em um piscar de olhos, mas nunca o faz por conta de artimanhas preguiçosas e infantis dos roteiristas.


Flash Reverso/Harrison Welles na interpretação de Tom Cavanagh é o grande trunfo da primeira temporada.


Mas enfim, apesar de algumas bobagens adolescentes típicas deste tipo de série e exagerar um pouquinho no drama às vezes, a direção geral é boa e os diretores se revezam tentando enquadramentos interessantes numa tentativa de deixar sua assinatura na série que se tornou a mais popular e divertida do universo DC na TV.

E para quem não sabe, o Arrowverse compreende as séries Arqueiro, Flash, Constantine, Supergirl e Lendas do Amanhã. E todos os heróis fazem aparições pontuais e importantes nos seriados uns dos outros, mostrando que quando quer, a DC consegue fazer um universo integrado e que funciona.
           
Trailer

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