SOBRE IA, REACIONARISMO E CRIAÇÃO - ENSAIO

"Uga! A natureza não foi feita para ser copiada com o uso de ferramentas!" 

Arte de Lisandro Santos + IA


AVISO: Texto escrito sem IA utilizando minha experiência, conversas, pesquisas e leituras com as quais me alimentei durante a vida e que ajudaram meu cérebro a gerar conteúdo mais ou menos original baseado no que outros já disseram e fizeram para eu formar minha opinião.

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Bem, revisando esse texto depois de pronto, ele era para ter mais foco e ser mais pessoal e curto, mas meu lado jornalístico e nerd acabou gritando mais alto e fico pulando da minha história pessoal para fatos externos e tentando interligar ambos de maneira tanto capenga quanto acertada.

Depois de consumir muita cultura pop e alternativa nos anos 1970 sem muitos critérios até por volta dos 13 anos, aprendi com um amigo a dar importância a roteiros e desenhos nos quadrinhos e a quem os fazia. Aos 14 essa atenção de quem fazia o que nos bastidores também se voltou para o cinema. Aos 15, para a literatura. E já aos 13 eu começava a copiar desenhos dos artistas da Marvel e DC, coisa que fiz até os 15 anos, produzindo pelo menos umas 300 páginas em 3 anos, metade dada de presente.


Como quase todo aspirante a desenhista, eu copiava meus ilustradores favoritos (Brian Bolland aqui) e apesar de informar as pessoas que eu copiava deixando o quadrinho ao lado, eu assinava como se fossem meus. 


Cheguei a fazer curso de desenho lá pelos 16 anos, mas nessa época já tinha um grupo de cinema com amigos e sonhávamos em fazer filmes. Mas nada acontecia para mim além de fazer um fanzine do grupo onde escrevíamos sobre o gênero fantástico na literatura, quadrinhos e cinema.

Chegava a produzir uma ou outra HQ ilustrada por algum amigo, mas não furávamos a bolha das editoras. Lá pelos 18 já estava mais interessado em escrever mesmo e queria contar histórias que eu achasse interessantes.

Claro que a essas alturas eu já tinha furado a bolha do fantástico que me mantinha preso no universo nerd e já estava no multiverso da literatura universal de Doris Lessing, Veríssimo, Borges, quadrinhos nacionais, europeus e no cinema dos anos 1980: Scorsese, Saura, Leone, etc.


Primeiro de uma pentalogia, essa saga de ficção científica escrita por uma futura ganhadora do Nobel de Literatura (2007) tratava religião, psicologia, política, filosofia e assuntos atuais, Lessing me mostrou o verdadeiro potencial que esse gênero poderia alcançar quando escrito por alguém que domina seu ofício. Não foi à toa que e tornou minha escritora favorita e de Caio Fernando Abreu.  


Mas a minha paixão sempre foi o gênero fantástico e meus contos e roteiros quase sempre foram nesse sentido. Mas claro que a partir do momento em que você choca o talento de escritoras gigantes do porte de Lessing e roteiristas de quadrinhos como Jodorovsky e Pierre Christin e outros contra o de autores do fantástico e quadrinhos você percebe que no universo nerd pouco talentos realmente podem sentar na mesa com os grandes e a vasta maioria, especialmente nos quadrinhos de super-heróis, você percebe como são pouco criativos, repetitivos e imaturos.

Sendo assim, me voltei para tentar escrever quadrinhos e roteiros com mais conteúdo ou, quando não fosse o caso, fossem mais divertidos e com alguma originalidade, tentando evitar fazer mais do mesmo que a maioria já fazia. Não por achar que isso me destacaria, mas por uma necessidade real de não ficar repetindo a mesma coisa do mesmo jeito que tantos já faziam e continuam fazendo. Tenho visto curtas IA bastante cuidadosos na produção e no visual, mas a maioria lamentáveis nos personagens e roteiros, repetindo clichês, situações, enredos já lidos e vistos centenas de vezes sem a capacidade de adicionar nada de novo ou interessante.

Depois de conseguir produzir colunas de humor, quadrinhos, curtas e minisséries ao longo de 15 anos, vi as oportunidade de trabalho minguando bastante nos últimos 10 anos e por vivermos no Brasil, sempre foi extremamente difícil e demorado aprovar projetos no gênero fantástico, seja por preconceito, seja por questões orçamentárias, sempre foi necessário ser bastante criativo nessa última parte e para isso ajudou muito a série Além da Imaginação e ter uma bagagem literária e de quadrinhos europeus, onde a simplicidade a sutileza me ajudaram a manobrar o baixo orçamento com alguma criatividade.


ESTRADA é um curta de horror meu inspirado nos ensinamentos estóicos de Rod Serling em como criar mundos fantásticos com pouco orçamento. 


Como no geral, recebi alguns prêmios e boas críticas de desconhecidos Brasil afora ao longo desse tempo todo, me permiti acreditar que eu tinha algum talento. Mas como em quase todo lugar no mundo, talento por si só não costuma bastar. Com pequenos freelas e fontes de renda mais tradicionais fui me mantendo e até consegui produzir, nos últimos 5 anos, duas webséries sobre paleontologia com editais e o roteiro do longa Um Corpo Só, que fala de relacionamentos, teatro e política, assuntos que amo. Aliás, por ter paixão por quase toda área do interesse humano, isso pode ter prejudicado bastante meu foco para uma carreira mais estável, mas ao mesmo tempo expandiu os limites da minha criatividade e me sinto confortável misturando religião e política com extraterrestres; erotismo e teatro com terror e mitologia grega e por aí vai.

E em 2022 a IA se tornou popular, mas primeiro com textos, o que achava bem risíveis em termos artísticos, pois muita gente postava exemplos de absurdo que ela escrevia. Em seguida surgiram imagens e vídeos grotescos, onde mãos com 6 dedos e rostos bizarros viraram memes.

Mas em 2024 liberou geral para a galera produzir imagens com mais qualidade e o que chamou minha atenção na época foi a quantidade de artistas protestando contra a utilização da arte de artistas vivos e mortos na base de banco de dados das big techs por trás das IAs. Obviamente o protesto era legítimo, pois se você pedia algo no estilo de algum artista mais conhecido, ela fazia. Já se você pedia algo como um Batman, ficava mais complicado identificar o estilo, sendo que na indústria mainstream de comics, 90% dos artistas tem estilos similares e poucos são realmente originais. A própria MARVEL e DC impõem estilos específicos para seus artistas iniciantes e é famoso o livro de John Buscema, Como Desenhar Quadrinhos no Estilo Marvel, demonstrando que o ideal é se basear no estilo/estéticas dos profissionais. Hoje é um pouco menos, mas nos anos 70 e 80 a maioria dos artistas dessas editoras tinham estilos muitos parecidos um com o outro.


O famoso livro de Lee e Buscema, lançado aqui décadas depois, era um guia para amadores e aspirantes a profissionais terem alguma chance na indústria de quadrinhos estadounidense emulando o estilo dos grandes artistas tanto da MARVEL quanto DC. 


Comento isso para dizer que sim, as IA usaram como base de dados desenhos de artistas e continuam usando. Caso recente é o do Studios Ghibli, que está processando a empresa responsável por liberar a emulação de seu estilo via IA. Assim como outras empresas também estão. O caso é que enquanto não houver uma regulação para pagamento de royalties e outas questões, a IA vai continuar popular e ativa e na prática todo mundo está usando, desde alunos de escola até chefes de estado (recentemente criaram um ministro IA Albânia).

No entanto, apesar de estar todo mundo usando, no meio artístico, um dos que estão sendo afetados pela IA no campo das ilustrações, publicidade e audiovisual em geral, reclamam e falam mal de colegas que estejam usando, agindo como reacionários diante de uma novidade que pode alterar nossas carreiras para sempre. Nesse caso, o bom de ser um artista que ama ficção científica e que também estuda ciência, é saber que o século XX viu 10 vezes mais revoluções tecnológicas do que nos 10 mil anos anteriores. E por conta disso, os especialistas já alertaram 25 anos atrás que o século XXI experimentaria 10 vezes mais revoluções tecnológicas do que o século XX. Ou seja, estamos vivendo em uma era de ficção científica onde temos de tudo: robôs, pessoas voadoras, IA, distopias políticas, cyberpunk, aquecimento global, pandemia, nanotecnologia, computadores quânticos, planetas habitáveis, etc. Contra algumas coisas, especialmente as distopias políticas que pretendem nos regredir 100 anos socialmente, devemos lutar sem trégua, mas lutar contra avanços científicos só porque a água bateu na sua bunda é hipocrisia. Afinal, todo mundo aqui usufrui de produtos feitos por robôs em fábricas sem se importar mais com os milhões de desempregados que essa revolução robótica causou.

Isto posto, a questão do desemprego e precarização pela IA e futuros avanços é um problema do sistema (capitalismo, sendo mais específico) e político, mais do que qualquer outra coisa. Quase nenhum artista estaria reclamando que “qualquer um consegue produzir arte hoje” se ele soubesse que teria sua dignidade e subsistência garantida. Por isso, é reacionário, inútil e infantil (lembram-se dos taxistas jogando pedra nos ubers?) reclamar e atacar artistas que usam IA para produzir suas obras. Primeiro que o trabalho pessoal de cada artista não se compara com o volume absurdo que empresas estão produzindo e lucrando com IA ao deixarem de contratar artistas, então, não sou eu aqui fazendo meus quadrinhos e curtas que está te tirando trabalho ou dificultando sua vida. Isso é mais ou menos como culpar a pessoa que recebe bolsa-família pela situação do Brasil e não o deputado corrupto que rouba milhões anualmente e atrasa o desenvolvimento, a justiça e a distribuição de renda no país.


É uma realidade que muitas empresas não chamam mais ilustradores como antes, mas ainda não soube de chargistas e cartunistas que forma demitidos de jornais. Por enquanto.
Charge do genial Santigo. 


Vale também lembrar os anos 80, quando surgiram os primeiros artistas digitais criando cenas abstratas com CGI e animações simples e não eram considerados artistas, assim como a gritaria de animadores tradicionais quando saiu Toy Story (EUA, 1995) e Cassiopéia (Brasil, 1996), os primeiros longas digitais em 3D. Em resumo, muitos artistas e apreciadores de animação nos anos 80 e 90 torciam o nariz para a animação 3D em geral, mas a maioria teve que mudar de opinião rapidamente até a virado do século ao ver que o processo era mais ágil e fazia sucesso,  contanto que os roteiros e visuais mantivessem qualidade.

A arte feita com IA agora travessa o mesmo processo histórico de toda ferramenta tecnológica nova usada por artistas que vem de artistas de outras áreas, colegas e críticos: primeiro a ignorância propositada ou alienada e o desprezo pela ferramenta e por quem a usa. Em seguida virá a tolerância, seguida da aceitação e por fim, a vasta maioria irá passar a apreciar como já faz com todas as demais artes/tecnologias e provavelmente usará a ferramenta quando precisar ou quiser. Até que alguém invente uma nova ferramenta nas próximas décadas e os artistas de IA se tornarem futuros reacionários e comecem a jogar pedras nos novos artistas que criam arte apenas com a mente conectada diretamente ao computador. Parafraseando a canção do Rei Leão: É o ciclo da vida reacionária.

E quem disse que artistas iniciantes de qualquer idade, cujo primeiro contato com arte se dará através da IA, não farão o mesmo caminho que tantos de nós, que ao conhecer determinado escritor ou artista, foi levado a conhecer escritores e artistas muito superiores aos que deram início a nossa paixão? Que não estudarão outras técnicas e outros artistas para aprimorar sua arte? A democratização da ilustração e do audiovisual para qualquer um disposto a gastar um pouco do seu tempo utilizando as várias IAs gratuitas por aí certamente vai levar a um entendimento melhor de como funciona o fazer artístico e como ele pode ser trabalhoso quando se pretende algo mais original e bem acabado. Seja com IA ou sem.

Os detratores da IA parecem ignorar que para produzir quadrinhos ou filmes, você precisa escrever um roteiro e depois escrever e testar muitos prompts que lembram parcialmente um estilo literário anterior ao advento da TV, onde escritores precisavam descrever quase tudo para que o leitor fosse apresentado ao cenário e eventos de suas narrativas. E é preciso estar incessantemente planejando e cuidando da continuidade. 

Arte de Jerri Dias + IA

Voltando ao meu umbigo, recentemente, em uma discussão acalorada sobre IA em um grupo de artistas no Zap, uma jovem saiu enfurecida do grupo de 100 pessoas porque tinha eu e mais um colega defendendo o uso da IA e ela saiu do grupo vociferando duas coisas: 1) Que não ficaria em um grupo onde tem gente que usa IA; 2) Que a culpa era minha se eu não tinha capacidade para fazer parcerias com ilustradores. Sem se interessar em discutir de verdade como toda pessoa preconceituosa, ela não quis saber das parcerias que fiz com vários desenhistas dos anos 90 para cá, das publicações e das duas graphic novels. Sobre isso, tive uma experiência traumática com minha última Graphic novel, Dioniso, que me levou a amar a IA ainda mais. Resumindo, eu tinha ganho um edital em 2009 e o ilustrador receberia 80 por página. Acredito que isso seria uns 250 reais por página hoje. No entanto, por motivos pessoais, o ilustrador parou a obra no meio e ficou cerca de 9 meses sem dar continuidade. Depois de acertar com a Secretária da Cultura, consegui permissão para trocar de ilustrador. O novo ilustrador fez 1/3 da obra e travou. Novamente alguns meses perdidos. O prazo do projeto era de 12 meses e 2 anos haviam se passado. Consigo um terceiro ilustrado em outro estado. Ele ilustra 11 páginas e para por completo. Para anotação, todos eram profissionais de quadrinhos com publicações, tinham contrato e pagamento garantido, pois o dinheiro estava em conta-projeto. O primeiro ilustrador, aliás, muito ético nesse sentido, devolveu todo no dinheiro que havia recebido. Nisso, mais 6 meses se passaram e obviamente sofria ameaças de cancelamento do projeto e devolução do dinheiro com multa. Sendo que a minha parte como roteirista já havia sido feita e o cachê, gasto. Um amigo cineasta, Pedro Zimmermann, veio com uma proposta: estava aprendendo a mexer com o DAZ3D, uma ferramenta de desenho digital onde artistas vendem material pronto e semipronto para se criar ilustrações e quadrinhos. Me mostrou testes e aprovei. Como ele era muito ocupado com outros projetos, levou mais 2 anos para finalizar. Mas foi graças a um profissional de fora da área e usando uma ferramenta de desenhos pré-prontos (quase uma precursora da IA) que Dioniso foi lançada. E no total, o projeto de 12 meses levou 60 meses graças a compreensão e paciência, na época, dos ótimos funcionários do Fumproarte e do vice-secretário de cultura, Vinícius Caurio.

É claro que depois dessa péssima experiência não desisti de trabalhar com  ilustradores, mas minha confiança neles caiu muita. De qualquer forma, convidei um ou outro para editais ou concursos que não vingaram e quando surgiu a IA, resolvi recriar alguns quadrinhos antigos, parados, esboçados, que nunca tinham sido publicados por conta da arte amadora ou que nunca foram ilustrados. E apesar de ainda não ter feito nenhum com personagem recorrente, o resultado tem me agradado bastante e pretendo continuar fazer muitas outras HQs curtas e talvez até uma Graphic novel.

Já no campo do audiovisual, tenho inúmeros roteiros de curtas que necessitam orçamento na faixa dos 50 mil a 5 milhões de reais. Como se sabe, curtas aqui no Brasil são feitos na faixa dos 50 a 200 mil. Ou seja, a maiorias dos meus roteiros para curtas ficaria só no papel ou na melhor das hipóteses seria adaptado para quadrinhos. O mesmo vale para meus roteiros de longas, com projetos que poderiam custar de 10 a 100 milhões. Mas agora posso fazer todos eles gastando mil vezes menos ou menos ainda. Óbvio que não é a mesma coisa que gravar no set, mas ao mesmo tempo, não é mais necessário batalhar e esperar 5, 10 anos para contar uma história, mas agora posso fazer um curta por mês e quando as condições forem melhores, um longa por ano.  E fazer isso com um time de criativos voluntários ou pagos mantém os talentos no jogo sem precisar que os artistas de verdade se sintam expulsos do campo.


Meu primeiro curta com IA, se feito sozinho pelos meios tradicionais, iria me tomar um ano de trabalho. Com equipe de animação, uns 3 meses mais uns 100 mil. Se fosse live action, levaria mais tempo e custaria uns 200, 300 mil. Mas com a IA, consegui fazer de forma gratuita usando vários e-mails e me tomou cerca de 30 horas de trabalho. E realizei o sonho de fazer uma sequência visualmente impactante que imaginava há uns 20 anos. 


Acabei de fazer um curta de horror IA de um jovem e talentoso roteirista que também é ator e ele mesmo faz sua versão sintética no curta. Achei isso uma diferença crucial na diferença de interpretação que vejo em outros curtas IA que usam personagens artificiais. Já tenho outros atores, diretores de fotografia interessados em trabalhar junto para criar imagens melhores e mais profissionais e em breve devo conseguir mais profissionais que não tem medo de novas tecnologias para trabalhar em outros projetos.  Herzog, um cineasta que admiro muito, disse que filmes com IA não tem alma, usando um argumento usado por detratores da fotografia no século XIX. A IA generativa mal começou e já está revolucionando tudo. E eu, no momento pretendo aproveitar ao máximo enquanto a verdadeira IA não surgir, porque aí ninguém sabe se ela vai nos ajudar a criar melhor ou vai acabar com toda a criação humana de vez.     

 Por fim, a felicidade e facilidade de não depender mais de tempo ou vontade de terceiros para dar vida as minhas obras me deu um novo ânimo para criação. Eu já tenho 58 anos e como qualquer pessoa nessa idade, posso morrer a qualquer momento e realmente não queria encerrar minha vida frustrado e deprimido por não ter conseguido realizar meus sonhos de publicar mais quadrinhos (físicos ou digitais, não importa) e de realizar curtas e filmes que precisaria estar entre os 100 melhores diretores do mundo para conseguir financiamento. Não depender mais de editais para fazê-los, independente da falta de grana para até mesmo para pagar a mensalidade da IA, me faz querer ficar mais tempo vivo nesse mundo que não tem espaço para que artistas desconhecidos e sem uma ótima rede de contatos possam realizar suas obras.

Por fim, como escritor e roteirista, meu interesse sempre foi contar histórias. Seja através de quadrinhos, literatura, audiovisual com e sem IA ou qualquer outro meio que a ciência e a tecnologia venham a nos possibilitar no futuro. Contanto que seja cada vez mais inclusivo, melhor.

 

           

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