PREDADORES ASSASSINOS (Crawl, EUA, 2019)

Poster americano que emula o clássico Tubarão.
Mas a semelhança acaba aí mesmo. 


Terapia selvagem

Predadores Assassinos é a mais nova incursão no terror animal do diretor Alexandre Aja (Piranha 3D). Produzido por Sam Raimi, o filme tem aquela pegada de filme B típica dos filmes de ambos quando se trata de filmes do gênero.

Claro que já não se fazem mais filmes B para o cinema como antigamente e os aligátors (também conhecido como caimão-americano ou jacaré-americano) deste filme são muito bem feitos pela equipe de CGI. O filme foi inspirado em um fato real onde estes animais realmente começaram a aparecer em todos os lugares depois do furacão Florence em setembro de 2018. Mas diferente das criaturas monstruosas de 5 metros e famintas por carne humana, aligátors na vida real costumam ter de 2 a 3 metros e fogem dos humanos (já aprenderam que o perigo real somos nós).  Mas como acontece nesse tipo de filme, esses répteis são criaturas que não podem de jeito nenhum perder a oportunidade de comer um humano, nem que para isso sofram todo tipo de ferimento. Nós devemos ser uma iguaria gourmet para esses bichos...


Isoladas, algumas cenas funcionam.


Um detalhe interessante da produção é que boa parte do filme foi gravado na Sérvia e imagens que remetem aos EUA são de arquivos de imagens.  Como se sabe, os custos de filmar no leste europeu são bem menores que nos EUA e usar bons arquivos de imagens de sites especializados tem sido muito aproveitado por todo tipo de realizador de audiovisual com orçamento limitado.

Bem, a história começa com Kaya Sodelario (Maze Runner)  um tanto deprimida e sem o foco necessário que precisa para vencer competições de natação. Mas em seguida ela já está atrás do pai (Barry Pepper, que costuma fazer papéis de capanga de vilões) que não atende o celular e está em uma zona que é caminho de um furacão. Depois de muita procura, ela o encontra ferido no porão de casa. E logo descobre que estão impedidos de sair por um imenso aligátor que está lá. Segue-se uma sequência de cenas que se pretendem claustrofóbicas e até funcionariam se o diretor não nos tirasse do porão a todo momento para mostrar o que acontece com as pessoas lá fora. Não vou contar, mas já adianto que não tem apenas um aligátor no filme.


Nova terapia motivacional.
Consulte o coach aligátor, ele resolve seus problemas.


As cenas de ação são filmadas de forma razoável, dá para tomar um susto ou outro, mas a empatia com os personagens é rasa e o espectador pode não se importar muito com o que acontece com eles, visto que os roteiristas transformam os animais em máquinas de matar super eficientes apenas quando se trata de personagens secundários. Para piorar, em meio a cenas tensas ou de perigo, pai e filha falam sobre divórcio, infância, treinamento e uma série de bobagens que estão lá para dar um verniz psicológico de boteco que irá resultar na personagem principal conseguindo resolver seus problemas emocionais graças a luta pela sobrevivência contra os aligátors. Quem precisa pagar anos de terapia se basta se jogar na água infestada de criaturas querendo te devorar para tomar um rumo na vida?




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