DE VOLTA PARA O FUTURO - Trilogia – Crítica



Bom, não era essa a minha primeira opção para iniciar minha seção de crítica de filmes “antigos”, mas como revi recentemente essa fabulosa trilogia de Zemeckis, resolvi começar por ela após ter constatado que, enquanto Cinema com C maísculo, a trilogia não envelheceu e continua tão empolgante e dinâmica quanto na época em que foi produzida.

Pra quem não conhece ou não lembra, a trilogia conta a história de Marty McFly (Michael J. Fox), um adolescente americano de 17 anos que tem uma vida normal, pais um tanto fracassados, irmãos chatinhos e só quer namorar, ter um carrão e ser rock star. O que torna a vida de McFly diferente é que ele, não se sabe porquê motivo, é amigo do excêntrico cientista Emmet Brown (Christopher Lloyd), também conhecido por Doc. Chamado para auxiliá-lo em um experimento em plena madrugada, McFly descobre que Doc acaba de inventar a máquina do tempo e a colocou num maneiro DeLorean. A partir daí, McFly embarca em inúmeras aventuras no tempo ao longo dos três filmes que vão de 1885 à 2029, sempre topando com seus pais (nos anos 50), bisavôs (no velho Oeste) e filhos (no futuro) quando eles ainda estão com a mesma idade que a dele, incluindo aí até mesmo um edipiano e muito engraçado flerte entre ele e sua própria mãe.

Uma das boas sacadas dos roteiristas é não explicar como Marty e Doc se tornaram amigos. Já Rick e Morty, que usa a dupla como referência, fez questão disso.


Primeiro “tour-de-force” de Zemeckis, que antes desse havia feito dois bons filmes, mas de orçamentos bem mais modestos (a comédia de aventura Tudo Por Uma Esmeralda e a comédia A Febre da Juventude). Apesar de ser uma trilogia, De Volta Para o Futuro era para ser apenas um único filme, mas o sucesso do primeiro e o eletrizante gancho final convenceram o produtor Steven Spielberg (ele mesmo!), Zemeckis e o roteirista Bob Galé a retomar a aventura de McFly exatamente do ponto de onde havia acabado.

Em termos de roteiro, a série é um dos melhores exemplos de roteiros inteligentes de ficção-científica sem furos, com macro e micro-tramas muito bem costuradas e resolvidas. Tanto que apesar da ação transcorrer num período de 145 anos, apenas 24 horas se passam na vida presente de McFly. Entre as melhores sequências da trilogia eu destacaria a de quando McFly volta para os anos 50 na Parte II e tem que se esquivar do seu outro eu da Parte I. Parece confuso?! Não é se você realmente prestar atenção no filme. A outra grande sequência é a do seqüestro do trem na Parte III e que toma praticamente os últimos 30 minutos do filme, em uma edição empolgante. Não destaco nenhuma sequência da Parte I por quê simplesmente teria que listar todas.


Os personagens tem a capacidade de alterar realidades ou estão simplesmente viajando para Terras que se situam em linhas de tempo paralelas?


Agora, eu talvez nem devesse falar isso aqui, mas como o blog é meu e dificilmente vou ter uma oportunidade dessas, dane-se. Mas já vou avisando que esse parágrafo é para nerds absolutos e contém fatos importantes da história. Se você não for nerd nem quiser saber o fim do filme, pule já para o último. Bom, já que você ficou, vamos falar sobre viagens no tempo e mundos paralelos. De acordo com o filme, cada ato no passado realizado por viajantes temporais ao passado traz conseqüências para o futuro, sejam elas benéficas ou maléficas, como pode-se ver ao longo da trilogia. Modificar o passado altera a linha temporal, que resulta num novo presente ou futuro. Dessa forma, o filme mostra a realidade presente de McFly ser alterada 3 vezes. Na original, o pai dele é um fracassado, ele muda o passado e o pai dele vira um bem sucedido escritor no futuro. Biff, o inimigo de McFly, muda o passado e o pai de McFly acaba assassinado. McFly volta ao passado, conserta o estrago e volta a ter um pai bem sucedido. Se aceitarmos essa teoria de Doc e que o filme tenta impor como real, a partir do momento que a máquina do tempo fosse invariavelmente recriada por alguém qualquer no futuro, as linhas temporais viriam a ser alteradas o tempo inteiro e seria o caos. Cientificamente, tal proposição não se sustenta porque o próprio McFly acaba por conseguir sustentar a sua nova e melhorada realidade ao final do filme – onde tem um pai bem sucedido e um carrão. Num universo onde linha temporais pudessem ser alteradas dessa forma, a realidade estariam em constante mudança e isso sim, muito provavelmente causaria uma quebra no contínuo espaço-temporal e destruiria o universo conhecido, como Doc vive apregoando no filme. Então, a minha teoria de nerd é de que, na verdade, a viagem no tempo no caso do filme, é impossível e eles, McFly e Doc, na verdade, viajam para realidades alternativas. Nesse caso, realidade alternativa deve-se entender como mundos paralelos, outras Terras. Embora isso não explique como a realidade alternativa para onde viajem sempre seja uma conseqüência da última, eu consigo aceitar melhor essa teoria do que acreditar que todo um universo desaparece por que um adolescente faz alguma bobagem no passado. Tipo, para onde foram os pais fracassados e os irmãos chatinhos? E o mundo horrível de Biff? Eles nunca existiram? Não eram reais? Esse papo não cola, só em filme com roteiro vagabundo, o que não é o caso. E o que dizer do suposto McFly que havia sido criado pela família bem-sucedida e que agora tem na sua casa esse McFly que durante 17 anos foi criado por uma família fracassada? 
Quero dizer, ele não tem sequer as lembranças de ser criado nessa nova família completamente diferente da anterior e que ele descartou completamente. Ou desconstruiu, se considerarmos com verdadeira a premissa que ele realmente consegue construir e desconstruir universos pelo mero fato de dar um soco em alguém. Bom, era isso. ;-)

O relógio da prefeitura, item sempre presente em todas as épocas. 


Ficção-científica, comédia e aventura de primeira linha fazem da trilogia De Volta Para o Futuro um clássico para ser visto e revisto para muito além de 2015.
Vejam e depois comentem o que acharam.

Boa diversão.


Comentários

Mundo Cólica disse…
jerri!
adoooro os seus textos na Capricho!
o modo como você escreve foi um dos motivos que me fez pensar em ser jornalista.
sabe,o lado comico e simples..falando sempre a realidade crua e nua que nã damos a devida atenção!
parabens querido!
agora que descobri o seu blog nunca mais sairei daqui!

e falando sobre o filme:
adoooooro!viva a Tv Globo,que passa todo ano\o/

beijos*))
Jerri, realmente estes filmes nos trazem belas recordações. Eu tenho os dois, e gosto de em dias de chuva, voltar ao passado sempre, Um abraço
Fiz postagem nova, apareça para dar um olhada, será como sempre bem vindo.
marthacorreaonline.blogspot.com
Alexandra Dias disse…
o de volta para o futuro 1 tem o o melhor merchandising ever!
calvin klein!

love it!
Fabiane Marcial disse…
esse filme me faz sentir mais nova ç.ç
hahahahah , o melhoor (L.
te amo jerri (:
Jerri Dias disse…
Sim, mulekinha, esse filme faz isso como todos.
E começa a postar no seu blog...
Beijos!
Clara Freitas disse…
esse filme é ma-ra-vilhoso, fica a dica. Assisti ele semana passada, enquanto estava no hotel em Montevideo..infelizmente, dublado (pior ainda, em espanhol! aquelas vozinhas de teletoobies, hahaha). Mas foi bom...algo como uma 'sessão remember', faziam tempos que não assistia, creio que desde meus 10, 11 anos.
Já tinha lido esse post há alguns dias, mas só hoje fui comentar :P
beijão!

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